Histórico e Símbolos Profissionais

Histórico

Fisioterapia no mundo

O início do século XX foi marcado pelo aumento do número de epidemias, especialmente de poliomielite (doença viral), e as Grandes Guerras, que levaram a diminuição da força de trabalho ativa, juntamente aos avanços em ciência e tecnologia que possibilitaram diversas transformações à área da saúde; entre elas a formação de equipes de profissionais que ampliou o atendimento à saúde a outras profissões além da medicina (BARROS, 2008).

No cenário internacional, as primeiras escolas formadoras de fisioterapeutas iniciaram suas atividades no final do século XIX e início do século XX; a partir da Inglaterra (1895) e Alemanha (1902), novas instituições foram sendo criadas em outros países da Europa, Estados Unidos da América do, Canadá e Austrália. Na América Latina, as primeiras instituições formadoras de fisioterapeutas foram criadas nas décadas de 1940 e 1950. Foi o caso da Colômbia, em 1952, com a Escola Nacional de Fisioterapia e do Chile, com a Escola de Fisioterapia da Universidade do Chile, criada em 1956. Na Argentina, um dos primeiros serviços especializados, que incluía o treinamento profissional em fisioterapia, foi o Instituto Municipal de Radiologia e Fisioterapia, criado em 1925 em Buenos Aires (Barros, 2008).

Fonte: https://fisioartedotoque.blogspot.com/2013/02/a-historia-da-fisioterapia.html
Fonte: https://fisioartedotoque.blogspot.com/2013/02/a-historia-da-fisioterapia.html

Em 1921, as fisioterapeutas norte americanas formaram a primeira Associação Americana de Fisioterapia e até os anos 1930 só admitiam mulheres, isso porque, o curso se iniciou, tanto nos EUA quanto em todo o mundo, sendo visto como um curso só para mulheres, sempre atrelado o cuidado ao feminino, enquanto a força em disputas e guerras, ao masculino.

A World Confederation for Physical Therapy (WCPT), maior órgão da profissão, foi fundada em 1948, em Londres e contava com 13 países membros. Até 2001, esse número cresceu para 82 países, dentre eles, o Brasil (BARROS, 2002).


Fisioterapia no Brasil

Os efeitos da Guerra foram os propulsores para o desenvolvimento da Fisioterapia como profissão em todo o mundo e em primeiro momento sempre relacionada à reabilitação. No Brasil, somado aos efeitos da Segunda Guerra Mundial, as epidemias de poliomelite no século XX tiveram um papel central na criação da primeira instituição formadora de fisioterapeutas no país, a Escola de Reabilitação do Rio de Janeiro (ERRJ).

Pode-se dizer que o início da prática da Fisioterapia no Brasil se deu no ano de 1919 com a fundação do Departamento de Eletricidade Médica pelo Professor Raphael de Barros da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Posteriormente, em 1929, o médico Dr. Waldo Rolim de Moraes instalou o serviço de Fisioterapia do Instituto do Radium Arnaldo Vieira de Carvalho no local do Hospital Central da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Em 1951, Rolim fundou o primeiro Curso de Fisioterapia do Brasil, patrocinado pelo centro de estudos Raphael de Barros, cujo objetivo era formar técnicos em fisioterapia. Suas instalações se concentravam no Instituto Central do Hospital das Clínicas e as aulas eram ministradas pelo corpo docente e médicos do próprio hospital (MARQUES & SANCHES, 1994).

Fonte: Mundo Fisio - 40 anos de história da fisioterapia no Brasil
Fonte: Mundo Fisio - 40 anos de história da fisioterapia no Brasil

Em 1959, foi fundada por fisioterapeutas a Associação Brasileira de Fisioterapia, uma sociedade civil, sem fins lucrativos filiada a World Confederation for Physical Therapy, que possuía entre seus objetivos buscar apoio técnico-científico e sociocultural, divulgar a profissão, promover o aperfeiçoamento profissional e contribuir para solucionar problemas da fisioterapia. Em 10 de dezembro de 1963 foi aprovado o Parecer 388/63, elaborado pelo Conselho Federal de Educação. Nele, foi atribuído ao fisioterapeuta a condição de auxiliar médico, competindo a ele a realização de tarefas de caráter terapêutico, sob orientação e responsabilidade do médico (HADDAD, 2006).

​Porém, até 1969, a profissão de fisioterapeuta era exercida sem regulamentação legal. O reconhecimento legal da profissão ocorreu por meio do Decreto-Lei n° 938/69, que em 13 de outubro de 1969 criou as profissões de Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional. A partir desse decreto o curso referente a profissão de terapeuta e a própria atuação do profissional no mercado passaram a ser regulamentados. Essa legislação, reconhece os fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais como profissionais de nível superior. Dessa forma, a própria legislação, reconhece a autonomia desses profissionais que, de auxiliares médicos, passaram a ser responsáveis pela instituição das ações que envolvem métodos e técnicas específicos da Fisioterapia.

Fonte: Fisioterapia Brasil
Fonte: Fisioterapia Brasil

Já em 17 de dezembro de 1975, a Lei n° 6.316 cria o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - COFFITO e os Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - CREFITOs, órgãos de fiscalização do exercício profissional com objetivos de normatizar e exercer o controle ético, científico e social das atividades das dadas profissões e que resulta na organização e fortalecimento da categoria profissional na luta pelo crescimento e reconhecimento da profissão, ampliando o campo de ação profissional.

Vale ressaltar que, antes dessa lei que regulamenta o curso de Fisioterapia, a grade curricular e o tempo de duração desse curso passaram por diversas mudanças como da duração que passou de um ano para dois, depois de dois para três e de três para quatro anos. Contudo, a grade curricular do curso, ainda nesse período de mudanças, consistia no ensino de matérias mais voltadas para a manutenção do modelo biomédico e de reabilitação. Com os esforços e discussões realizadas pelas Organização Panamericana de Saúde (OPAS), Organização Mundial de Saúde (OMS) e a World Confederation for Physical Therapy (WCPT), os cursos de fisioterapia passaram a incorporar em seus currículos os estudos de sociologia, saúde pública e as noções de promoção e prevenção da saúde.

Atualmente, a profissão de Fisioterapeuta ainda compartilha seu conselho com a profissão de Terapeuta Ocupacional e o curso de graduação tem duração de 4 mil horas e limite mínimo para integralização de cinco anos de estudos, conforme a Resolução CNE/CES Nº 4/2009.


Símbolos Profissionais

Usados por profissionais Fisioterapeutas com registro no CREFITO.

Segundo a resolução nº 232 do COFFITO, aprovada em 27 de fevereiro de 2002, o simbolo da fisioterapia é constituído por duas serpentes  verdes entrelaçadas em um raio dourado, gravadas em um Camafeu. O símbolo oficial da fisioterapia deve ser considerado como um todo, não podendo ser alterado em suas formas, cores e proporções.

Esses elementos significam:

SERPENTES: A serpente é, há milênios, associada a sabedoria e a transmissão e utilização do conhecimento apreendido de forma sábia. Estão entrelaçadas para demonstrar o elo entre os atributos de natureza humana, social e profissional. As serpentes são de cor verde, pois essa cor representa a saúde.

RAIO: O raio é um instrumento divino; aquilo que ele atinge é considerado sagrado. Ele ilumina e, desse modo, representa as atitudes tomadas de forma consciente. Estando entre as serpentes, ele remete a união entre a consciência individual e as técnicas utilizadas pela terapia (técnicas elétricas) e sua cor amarela significa luz, claridade.

CAMAFEU: Encontra-se envolvendo as serpentes, os raios e a inscrição "Fisioterapia" ou "Fisioterapeuta". Folcloricamente o camafeu está relacionado a capacidade mística de atrair saúde e boa sorte.


Outros símbolos

Juramento 

"Prometo dedicar-me à profissão de Fisioterapeuta utilizando todo conhecimento científico e recursos técnicos por mim adquiridos durante a graduação, assegurando aos pacientes sob meus cuidados o bem-estar físico, psíquico e social. Juro honrar o nome da Fisioterapia com amor, respeito e dignidade, empregando todos os meios para fazê-la conhecida e valorizada. "


Oração do Fisioterapeuta
"Senhor, eu sou fisioterapeuta. 
Um dia, depois de anos de estudos, me entregaram um diploma, 
dizendo que eu estava oficialmente autorizado a reabilitar.
E eu jurei faze-lo. . .conscientemente.
Não é fácil, Senhor, não é nada fácil viver este juramento na rotina 
sempre repetida da vida de um fisioterapeuta:
avaliando. . .tratando. . .reavaliando. . .tratando. . .
acompanhando passo a passo a recuperação, às vezes lenta, dos 
pacientes. Contudo, Senhor, eu quero ser fisioterapeuta. . . 
Alguém junto de alguém. 
Não mecânico de uma engrenagem, mas gente reabilitando gente.
Que todo aquele que me procura em busca de cura física 
encontre em mim algo mais que o profissional. . . 
Que eu saiba parar para ouvi-lo. . .sentar junto ao seu leito par animá-lo. . . 
É muito importante, Senhor: que eu não perca a capacidade de chorar.
Que eu saiba ser fisioterapeuta. . .alguém junto de alguém. . .
Gente reabilitando gente, com a tua ajuda, Senhor."


Anel de Formatura


Referências Bibliográficas

  1. ANDRADE, Armèle Dornelas; LEMOS, Jadir Camargo; DALL'AGO, Pedro. Fisioterapia. In: BRASIL. Ministério da Educação; Ministério da Saúde. A trajetória dos cursos de graduação na saúde 1991-2004. Brasília, p. 201-241, Abr, 2006. 

  2. BARROS, F. B. M. A formação do fisioterapeuta na UFRJ e a profissionalização da Fisioterapia. 2002. 122 f. Dissertação - Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

  3. BARROS, F. B. (2008). Poliomielite, filantropia e fisioterapia: o nascimento da profissão de fisioterapeuta no Rio de Janeiro dos anos 1950. Ciência & Saúde Coletiva, 13(3), 941-954
  4. BRASIL. Resoluções CNE/ CES. Resolução 4, de 6 de abril de 2009. Dispõe sobre carga horária mínima e procedimentos relativos à integralização e duração dos cursos de graduação em Biomedicina, Ciências Biológicas, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição e Terapia Ocupacional, bacharelados, na modalidade presencial. Disponível em:< https://www.crefito2.gov.br/fisioterapia/instituicoes-de-ensino/crefito2/legislacao/resolucoes-cne-ces/resolucao-4,-de-6-de-abril-de-2009-257.html>.
  5. BRASIL. Resoluções CNE/ CES. Resolução 4, de 19 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Fisioterapia. Disponível em:< https://www.crefito2.gov.br/fisioterapia/instituicoes-de-ensino/crefito2/legislacao/resolucoes-cne-ces/resolucao-4,-de-19-de-fevereiro-de-2002-62.html>. 
  6. CONSELHO REGIONAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL DA 2ª REGIÃO. Resolução COFFITO Nº 232/2002. Dispõe sobre o Símbolo Oficial da Fisioterapia e dá outras providências. Disponível em: <https://www.crefito2.gov.br/legislacao/resolucoes-coffito/resolucao-232--de-27-de-dezembro-de-2002-95.html>. Acesso em: 15 nov. 2018.
  7. Dicionário de símbolos. Simbolo da Fisioterapia. Disponível em: <https://www.dicionariodesimbolos.com.br/simbolo-fisioterapia/>. Acesso em: 15 nov. 2018. 
  8. Fisioterapia.com. Símbolo e Oração. Disponível em: <https://fisioterapia.com/fisioterapia/simbolo-e-oracao/>. Acesso em: 15 nov. 2018
  9. HADDAD, A. E. (org). A trajetória dos cursos de graduação na saúde: 1991-2004. 2006. 531 p. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, Brasília.
  10. MARQUES, Amélia Pasqual; SANCHES, Eugênio Lopes. Origem e evolução da fisioterapia: aspectos históricos e legais. Revista Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v.1, n.1, p 05-10, jul./dez. 1994. Disponível em:< https://www.periodicos.usp.br/fpusp/article/view/75027/78586>.
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